Em entrevista à FAPESP, Luciana Santos, ministra do MCTI, fala sobre as urgências da ciência no Brasil, que vinha respirando por aparelhos e finalmente começa a assumir ares renovados.
Diante dos aumentos nas bolsas*, anunciados esta semana, destaco um aspecto da fala dela. Não basta aumentar os valores para que acompanhem a inflação e fiquem num patamar mínimo aceitável. Há questões mais abrangentes, estruturais e estratégicas, que precisam acompanhar as mudanças para que a ciência tome o porte que pode e que deve tomar num país como o Brasil.
“Nossas universidades reúnem o que há de excelência no ensino, na pesquisa, na extensão. Me parece que um vértice da questão é uma ausência de um projeto nacional de desenvolvimento. Se houver um projeto arrojado, baseado no uso da inteligência brasileira, as pessoas serão atraídas. É preciso emular, ostentar, mostrar o quanto a ciência é transformadora, o quanto isso é belo e revigorante, para que as pessoas tenham orgulho de ser cientistas”, disse a ministra – ver link abaixo.
*Ainda sobre o aumento dos valores das bolsas, para quem não sabe, elas exigem dedicação exclusiva, sem férias e sem os direitos trabalhistas integrais. Por isso, por mais que seja excelente a notícia da correção dos valores, há essas questões a serem corrigidas).