Adorei o texto de Stefaan G. Verhulst (pesquisador chefe e um dos fundadores do GovLab da Universidade de Nova York) que se intitula Debate: ChatGPT reminds us why good questions matter.
Basicamente, Verhulst indica como o Chat GPT nos instiga a pensar nas perguntas que temos feito. Para obter dados, precisamos fazer perguntas e procurar respostas para elas, afinal, dados não significam nada sem interpretação.
Como espécie e como sociedade, o autor diz, nós tendemos a procurar por respostas para guiar nossas ações e decisões relativas a políticas, por exemplo. Mas nos esquecemos de que é a maneira como perguntamos que afeta o tipo de resposta gerado.
Será que as perguntas que estamos fazendo estão mesmo levando `às respostas que pretendemos?
– O autor nos instiga a pensar
O processo de pesquisa científica é todo guiado por perguntas. Os relatórios finais trazem respostas, mas elas são a ponta do iceberg.
Perguntas também qualificam dados: elas transformam dados crus em informações ricas, úteis e aplicáveis. Isso que o autor indica serve até mesmo para os dados de acesso a um site, por exemplo. Pensei aqui em algo: se uma companhia deseja saber se o tempo que os usuários passam em seu site é um tempo “bom” ou não, ela precisa saber o que deseja que eles façam em seu site. Se é um site para resolver um problema imediato, como encontrar um contato ou submeter um formulário, provavelmente será ideal que time on site seja curto. Pode significar (não necessariamente, mas é uma das métricas) que rapidamente os usuários têm resolvido seu problema quando entram no site.
Por outro lado, um tempo mais longo passado num site pode ser desejável para uma plataforma de e-commerce, por exemplo. Nesse caso, poderia significar que os usuários estão navegando bastante pelos produtos ou serviços. Claro que, além da métrica do tempo, outras como as métricas que indicam conversão são também essenciais. Se muitas pessoas acessam uma página mas poucas efetivamente compram, isso pode representar um problema para quem deseja vender online, por exemplo.
Voltando ao texto do Verhulst: ele sinaliza que a inteligência artificial torna ainda mais evidente a importância de fazermos boas perguntas.
Quando os engenheiros da IA desenvolvem um modelo de aprendizagem de máquina que aprende com os dados, o que ele aprende – ou seja, o próprio modelo – depende da pergunta que procura responder a partir dos dados.
– Stefaan Verhulst
Entre aqui para ler o texto dele todo (vale muito a pena)