Ser humano é verbo, é ser, mas não é permanecer; é tornar-se, mudar, se transformar, crescer. Sabe? Ser humano é ser criativo, pensar fora da caixinha, e a gente GOSTA disso. Se o ser humano não gostasse disso tudo, como poderia ser complexo, viajar em busca de experiências, querer conhecer coisas e lugares novos e tudo o mais?
Bom, e o que isso tem a ver com Chat GPT??
A tecnologia por trás do Chat GPT possibilita que esse sistema busque, em bases de dados extensíssimas, todo tipo de “informação” e, com isso, monte os conteúdos que a nós retornam. Onde está o poder do Chat GPT? Está, justamente, na sua capacidade astronômica de buscar, nessas bases, de maneira ultra rápida, os dados, e montar os conteúdos. Ok, isso é impressionante e pode trazer consequências, como já está trazendo. Mas é importante separar as coisas. Todas as bases nas quais a ferramenta busca foram construídas por seres humanos. A novidade fica por nossa conta. Somos nós que vivemos as experiências que vão gerar aqueles textos. As PESSOAS são o que importa, em TODO o percurso.
Não me interessa ler textos sobre dicas de viagem sem saber quem escreveu. Não me interessam descobertas científicas sem saber das fontes. Não me interessa uma opinião sem referência – quem disse e quando. Gente, o Chat GPT não dá fontes, nem teria como (talvez desse uma fonte a cada palavra?). Ele não “sabe” realmente de onde tirou cada retalho de informação. Na mistura que o sistema faz, as fontes de perdem. E isso pasteuriza tudo! O conteúdo que a gente acessa se torna rico justamente pelo estilo como as pessoas escrevem, as experiências que viveram e que resultaram naquele texto ou conteúdo multimídia, as pesquisas que fizeram. Cada texto é único e especial em si mesmo, e o Chat GPT pega e junta um monte de dados e gera um texto uniforme, técnico, que nao sei quem escreveu e que propósito havia naquela escrita. Não me seduz, não adianta!
Os conteúdos que vemos no Chat GPT são uma massa disforme. Tudo o que interessa, nessa maré sem fim de conteúdo que nos inunda todos os dias, são as fontes, as origens dos conteúdos, isto é, NÓS, seres humanos! E o Chat GPT simplesmente ignora as fontes. Não “sabe” informar de onde veio aquela massaroca de texto. Imagina páginas e páginas arrancadas de livros, sem capas, index, sumário, nada, e jogadas numa caixa, misturadas. Imagina parágrafos recortados de livros, montados com parágrafos de outros livros; imagina palavrinhas recortadas de páginas de livros e coladas nas páginas de outros livros. Uma sopinha um tanto indigesta, não?
Eu acredito que o medo de que o Chat GPT nos torne obsoletos vem da falta de valorização da capacidade humana de criar, ter empatia, sonhar, se conectar com os outros; porque, se nada disso for importante, mas apenas conteúdos técnicos, pode ser que essa tecnologia seja suficiente! Mas tudo isso É ESSENCIAL, no sentido mesmo da NOSSA ESSÊNCIA. O que somos? O que significa ser humano? Sem um pouco dessa filosofia, fica fácil ter medo do Chat GPT. Mas, se nos conectarmos novamente ao que significa ser humano, a IA vai ter que se esforçar mais, gente. Nada disso me seduz, apesar de me preocupar. Por isso sigo pesquisando!