Uma breve introdução ao conteúdo na internet

Sou, frequentemente, questionada sobre o que é exatamente e como funciona o trabalho de fazer conteúdo para a Web – o que é ótimo, pois não só demonstra interesse das pessoas como me abre a possibilidade de esclarecer para elas, entre outras coisas, que planejar e fazer conteúdo para a internet inclui escrever, mas não se restringe a isso.

Ao pensar o conteúdo de um site, é preciso avaliar a informação como um todo, a comunicação que aquele site deseja fazer, que tipo de impressão deseja despertar nos internautas e quais as perguntas do público que ele se prestará a responder. É preciso ainda pensar em caminhos, de preferência simples, que façam sentido para se chegar ao que se deseja no site, e isso tem tudo a ver com arquitetura da informação, usabilidade e acessibilidade, três inseparáveis companheiras. De que adianta um conteúdo maravilhoso, mas que ninguém encontra? É algo que tem tão pouca utilidade quanto um site visualmente lindo, mas sem conteúdo algum.

É fundamental que se conheça o público ao qual o site se destina. Quanto mais informação sobre esse público os webwriters, arquitetos da informação, designers e programadores tiverem, mais chances eles terão de desenvolver um site que de fato atenda aos internautas que o acessarem e que lhes dê aquilo que procuram e esperam. O valor disso é inestimável, considerando que estamos numa rede que, cada vez mais, distancia os clientes do conceito de fidelidade, diante das múltiplas possibilidades de escolha com as quais eles se deparam e da facilidade de, sem custos, simplesmente mudar de URL quando bem entendem. Para conseguir destaque na Web, é preciso estar atento e saber que quem manda é o internauta.

Quando se pretende avaliar a qualidade do conteúdo desenvolvido para um site, faz-se necessário verificar se o que é apresentado ali está sendo dito de uma forma que os internautas entendem e gostam. Avaliar se o conteúdo de determinado site está bem feito e bem organizado, se os caminhos estabelecidos pela equipe são fáceis de ser compreendidos pelos usuários, se o site é eficiente é um trabalho para o qual existem os testes de usabilidade, existe o bom senso e existem as métricas, também inseparáveis companheiras dos editores de conteúdo. As análises estatísticas e a interpretação certeira desses indicadores, dentro do contexto do site e das premissas que se pretende levar em consideração ao avaliá-lo, são eficientes na condução do conteúdo e no estabelecimento de diretrizes para o que se pretende apresentar aos internautas. As métricas mostram onde o site errou, onde acertou, o que pode ser melhorado e até o que pode e deve continuar como está.

“Achismo” não tem valor na Web, e nem é necessário. Os testes de usabilidade são de grande valia para que se evite lançar um site que não seja compreendido pelos internautas, que gere dúvidas e não incentive a navegação. Com estatísticas de fácil acesso e fácil compreensão, pode-se ter certeza de que o trabalho está bem feito, de que o conteúdo está categorizado e disponibilizado de uma forma que lhe permite ser encontrado no site e tem boa aceitação entre os internautas. Pode-se observar os caminhos dos visitantes e evitar que façam uma curva na hora errada, abandonando um portal de e-commerce pouco antes de finalizarem uma compra, por exemplo, ou deixando de ler parte de um texto simplesmente porque não a encontraram. A internet é um veículo que não só facilita esse retorno como pode ser imediata ao fornecê-lo. Não se pode esquecer de aproveitar esse aspecto da Web.

 

 

Sobre o mestrado

O mestrado em Educação tem sido essencial para a minha trajetória. Faço, aqui, um balanço do que foi este meu primeiro semestre por lá. Sou grata a tudo o que estou aprendendo, estudando. Mesmo que em muitos momentos pensar sobre a realidade da educação no Brasil doa e gere desgaste, porque ela é dura, se é.

Em Educação Brasileira, matéria obrigatória do currículo do mestrado (e do doutorado na PUC-Rio para quem não fez mestrado em Educação lá), as aulas foram organizadas em quatro grandes tópicos, que contribuíram para que tivéssemos contato com algumas das principais questões relacionadas às características, aos desafios e às potencialidades da educação, no Brasil. Confirmei algumas impressões, refutei outras; desenvolvi um olhar mais crítico sobre os temas debatidos; notei, em vários momentos, que estava enganada antes de me dispor a pensar a fundo sobre determinado assunto, ou ao menos pensei “como não havia refletido sobre isso dessa forma antes?”.

As discussões acerca do público e do privado na educação brasileira me tornaram mais consciente a respeito das escolhas que faremos enquanto educadores. Vivemos em um país que pouco valoriza a educação, e que se apoia no terceiro setor e no incentivo do setor privado para, por exemplo, desenvolver ações que podem se tornar políticas públicas. De que maneira vamos nos inserir nesse processo? É preciso ter conhecimento para tomar boas decisões. Ainda que tomemos decisões erradas, o embasamento é importante para sabermos nos posicionar, para entendermos quais os obstáculos que precisam ser driblados, para sermos realistas sem deixar de ser sonhadores – o que, no caso da educação, considero essencial.

Os debates sobre o currículo escolar me fizeram pensar sobre como, após 12 anos inserida no mercado de trabalho e afastada da Academia, eu relacionava educação sobretudo a instrução, pouco refletindo da forma devida sobre como é essencial ampliarmos essa formação. Qual o papel da escola? Por que é importante criar condições para que os alunos aprendam mais e com mais qualidade do que simplesmente seria exigido no mercado de trabalho? Por que é preciso pensar no que significa qualidade na educação? Porque, como educadores, ou comunicadores a serviço da educação, preparamos pessoas para serem, e não para estarem. Vejo o mercado de trabalho como o “estar”, enquanto “ser” nós somos integralmente, o tempo todo.

Se a escola prepara para ser e não para estar, eis o motivo central pelo qual vejo importância na busca por uma relação viva entre escola e família. Uma relação pautada por objetivos comuns, e maiores do que as limitantes demandas do mercado que mudam a todo momento e que, de tão voláteis, tornariam qualquer conhecimento obsoleto mais rápido do que se poderia perceber, se a escola fosse feita para criar profissionais. Complementa essa discussão a reflexão acerca do currículo escolar: o que se ensina? Para quem se ensina? Michael Young, especialista em currículo, quando fala do “conhecimento poderoso” que o currículo tem a responsabilidade de proporcionar, lembra que a pesquisa é essencial para os profissionais de educação, que a Academia e a prática devem caminhar cada vez mais juntas, que não há um currículo apenas mas vários, ainda que haja diretrizes, caminhos, impulsionados por um currículo comum. No Brasil, um país onde “cabem” vários países, esse é um grande desafio.

Além desses grandes tópicos em Educação Brasileira, pude me aprofundar nas políticas públicas relacionadas à Educação a Distância no Brasil. Como são feitas, para quem são feitas, de que maneira contribuíram para chegarmos onde estamos quando o assunto é EaD (que, aliás, muito me interessa). Interessei-me por estudar como os alunos de EaD se sentem, como estudam, como se relacionam com o conteúdo, com as ferramentas que utilizam. Escrevi, junto com colegas de turma e a minha professora, que também é minha orientadora, sobre cognição, metodologias ativas, o aluno do século XXI, o professor desse aluno.

Por fim, ainda mergulhei no universo da pesquisa, para ficar esperta na hora de fazer um artigo, e a dissertação. Aprendi a fazer uma boa revisão bibliográfica – o que parece fácil, mas não é nem de longe, na minha opinião.

Enfim, muitos conhecimentos acumulados em seis meses. Indico demais um mestrado a quem desejar embarcar em uma aventura de conhecimento, com muita, muita leitura e bastante dedicação.

 

 

 

English for Children!

Estou a mil e, como sempre, envolvida com muitos projetos e ideias. Desta vez, está para sair do forno um projeto meu voltado para o ensino de inglês de crianças, e gostaria da ajuda de vocês para uma pesquisa rápida. Fiz um questionário para entender melhor a demanda relacionada ao ensino de inglês para crianças. Quem puder responder e enviar a amigos para que respondam também, agradeço demais!

O questionário está disponível aqui neste link.

Desde já agradeço muito!

Imagem: Pixabay