II Workshop sobre Enativismos

Estou participando do comitê de organização do II Workshop Enativismos, que acontecerá na PUC-Rio dias 13 e 14 de novembro. Além do workshop, haverá mesas-redondas e apresentações de trabalhos de mestrandos e doutorandos.

Enativismos são abordagens de estudo da mente humana e, consequentemente, da cognição, que enfatizam a participação da ação do corpo no ambiente. Ou seja, são abordagens que pensam muito além do cérebro quando se trata de perceber o mundo e aprender!

O tema pode ser novo para muita gente, principalmente no Brasil, mas é fascinante. A partir de tais debates, essencialmente filosóficos, conseguimos identificar implicações para estudos ligados aos campos da educação, psicologia, saúde, ciência da computação, inteligência artificial, tecnologias assistivas, tecnologias educacionais e muitos outros.

Para ministrar o workshop, convidamos o professor Juan Camilo Espejo-Serna, da Universidad de La Sabana, na Colômbia. Para saber mais sobre o workshop, clique aqui.

No dia 13, após o workshop, acontece a palestra de abertura com esse mesmo professor, com o tema “Computação radicalmente enativa“. Veja a descrição abaixo.

Além do workshop e da palestra, o evento contará com mesas -redondas ministradas pelos pesquisadores Ralph Ings Bannell (meu orientador de doutorado); Carlos Mario Márquez Sosa e Laura Machado Nascimento. Aqui tem informações sobre eles.

As inscrições precisam ser feitas antes do evento e são gratuitas. O formulário para fazer é este aqui

Se você quiser saber mais sobre o tema desse evento, entendendo já alguma coisa ou não; se ficou curioso(a) ou algo assim, este blog é para isso. Não se acanhe, pergunte. Nos vemos dias 13 e 14!

Palestra do dia 13:

Computação radicalmente enativa

Prof. Dr. Juan Camilo Espejo-Serna

Universidad de la Sabana, Colombia

November 13, 2019

Abordagens anti-representacionais nas ciências cognitivas, como o Enativismo Radical (Hutto and Myin 2013, 2017), são tipicamente tomadas como envolvendo a rejeição ao computacionalismo. Parte da razão parece ser a própria rejeição da representação, pois sem essa noção não há necessidade, ou mesmo lugar, para a noção de computação. Mas essa última noção tem um papel crucial em inúmeras explanações da cognição que fazem uso, por exemplo, de modelos computacionais para a mente; assim, eliminar a discussão sobre computação deixa o Enativismo em déficit. 

Apesar de o espírito do Enativismo Radical ser revolucionário, eu acredito que não haja necessidade de eliminar a computação. Nessa exposição, eu proponho uma visão radicalmente enativa de computação que não faz uso de representações. A ideia é que os modos dinâmicos e em loop através dos quais sujeitos interagem com seus ambientes são computações. Em um slogan: enação é computação. Para fazer sentido disso, explicarei o modo pelo qual uma dada interação com o ambiente é um processo computacional ao especificar a função sendo realizada. O núcleo do argumento dependerá de explicar como é possível especificar uma função sem mesmo um sentido mínimo de conteúdo representacional.


Materialidades é tema de seminário na PUC-Rio dia 16

Se você é de qualquer área de atuação, seja um pesquisador ou não, e tem curiosidade quanto às relações humanas com os mais variados artefatos materiais que nos cercam, esse encontro que acontecerá na PUC-Rio dia 16 de outubro, quarta agora, te interessa.

Explorações em Materialidades” discutirá temas tão diversos, mas com alguma coisa em comum, quanto máscaras, sangue, dinheiro e cabelo. Os debates seguirão três eixos: Natureza e Cultura, Mente, Self e Cognição, Material e o Simbólico.

A organização é da prof. Mylene Mizrahi e do prof. Ralph Bannell (departamento de Educação). Localização: PUC (Gávea), Auditório Padre Anchieta. Horário: das 9h às 19h. Gratuito. Mais informações: https://www.facebook.com/events/1147261502130639/

Primeira vez apresentando pôster em um evento acadêmico

Para quem não está familiarizado com a vida acadêmica e suas convenções, existe uma modalidade de apresentação em congressos e afins que é o pôster. O pesquisador produz um pôster contendo informações sobre o seu projeto de pesquisa e, se aprovado pela comissão do evento, expõe seu pôster na ocasião para que os visitantes leiam o que está escrito e esclareçam dúvidas.

Pela primeira vez, eu apresentei um pôster em um evento, e foi logo em um de alto gabarito, a reunião anual do INCog, o Grupo de Pesquisa Interdisciplinar em Neurociências e Cognição da PUC-Rio.

Foi uma experiência bastante interessante. Pessoas que visitaram meu pôster, que tinha como título A MENTE NA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL, ficaram curiosas em saber se eu achava que pessoas e robôs precisariam dos mesmos atributos para “aprender”; se eu acredito que haveria a necessidade de representações mentais para haver apreensão/percepção do mundo; de que forma eu consideraria que a IA poderia absorver questões relativas ao corpo e ao ambiente na cognição humana. Todas questões em aberto, sem respostas fechadas 😉 Agradeço muitíssimo a todos que me fizeram perguntas e contribuíram para o meu projeto de doutorado, que ainda estou desenhando.

http://www.camilaleporace.com.br/wp-content/uploads/2019/10/poster-incog-FINAL09OUT.pdf