Educação & Tecnologia

Meu trabalho na área da educação teve início com projetos de que participei com o objetivo de contribuir para a melhoria dos recursos tecnológicos envolvidos. Projetos voltados para a educação a distância online, nos quais tive a missão de revisar conteúdo, criar conteúdos novos, contribuir para o desenvolvimento da arquitetura de informação das plataformas digitais e escrever tutoriais a serem usados pelos alunos.

No British Council, tive a oportunidade de ficar à frente da comunicação digital de um projeto de educação para a sustentabilidade, que me levou ao Reino Unido e contribuiu muito para abrir minha cabeça quanto ao mundo da educação. Conheci as equipes de educação e sustentabilidade do Science Museum, do Natural History Museum, do Eden Project. Fiz um curso na Imperial College, onde pude aprender mais sobre os impactos da ação humana sobre o clima e as consequências de nossas ações para os ecossistemas do planeta.

Ao buscar o mestrado em educação, não imaginava que o mergulho seria tão fundo. Fui buscar mais informação sobre a inserção das tecnologias digitais na educação; acabei olhando para o outro lado da moeda, digamos assim, e me pondo a pensar nas razões que levam a esse uso. Por que (e para quem, realmente?) tecnologias digitais na educação? Qual a verdadeira contribuição que elas podem dar? Onde estamos e para onde estamos indo, nesse quesito? Quais os desenvolvimentos tecnológicos que mais se aplicam à área da educação, e quais as suas potencialidades e fraquezas?

Não há como falar sobre o uso aplicado das tecnologias digitais, em qualquer área que seja, sem pensar profundamente sobre a relação humana com as tecnologias, de uma forma geral. Relacionamo-nos com elas todos os dias, o que torna essencial pensar sobre essa relação. O que ela envolve? Para onde estamos caminhando? O que esperamos da relação humano-máquina? Por que há tanto medo de da tão comentada “singularidade tecnológica“? O que há, de fato, a temer (se há)?

Tecnologia todo dia

As tecnologias estão conosco todos os dias, em qualquer atividade que fazemos; estão, portanto conosco quando aprendemos. E aprendemos o tempo todo, pois ninguém precisa sentar numa cadeira em uma sala de aula para aprender. Pelo contrário, talvez essa não seja a maneira mais adequada, ou mais indicada para todos! Ainda mais quando se acredita que a cognição envolve o corpo, e não apenas o cérebro… Mais: envolve o ambiente em que estamos inseridos. E envolve as tecnologias digitais, que estão nesse ambiente.

Deriva daí meu interesse pelo estudo das vertentes da cognição que partem da ideia de que a mente é a soma do cérebro, do corpo e do ambiente: a cognição enativa (enacted), situada (situated ou embedded), corporificada (embodied) e estendida (extended). Caso tenha interesse no tema, sugiro que acompanhe o meu blog para saber mais sobre as minhas pesquisas nesse sentido, e envie também seus comentários e reflexões.