O que a minha faceta nômade digital tem a ver com a minha tese

Jardim da Sereia, Coimbra, Portugal

Estudar a aprendizagem humana e a inteligência artificial foi algo que levou a valorizar ainda mais as experiências genuinamente HUMANAS. Existe algo que é exclusivo nosso e que é a capacidade de SENTIR, de experimentar, de vivenciar na pele cada momento vivido. Conhecemos texturas, gostos, sabores, cheiros e sensaç˜ões – que podemos considerar boas ou más. Máquinas não sentem. Não experimentam nada, de fato. E esse foi um dos pontos mais importantes que explorei na minha pesquisa.

A experiência é um aspecto essencial da aprendizagem humana. Justamente porque experimentamos é que aprendemos; cada habilidade que vamos desenvolvendo fica entranhada em nós, e é sentindo que vamos conhecendo o que está no nosso entorno e adquirindo mais e mais habilidades. Percebo que gosto de me desafiar. Estar em lugares desconhecidos, com pessoas novas, fazendo coisas diferentes e até viver situações não tão confortáveis são elementos que levam a grandes aprendizagens. Acho que além de ser viciada em desafios eu sou viciada em aprender. Por isso esse meu entusiasmo tão grande por VIAJAR.

Acho interessante que a minha pesquisa de doutorado tenha me levado além do que era esperado; isto é, desenvolvi conhecimento em determinada área, sim, claro mas, mais do que isso, eu adquiri “na pele” a dimensão de como a experiência humana é que nos diferencia dos sistemas artificiais. Um tratamento especial da experiência faz parte das teses que investiguei, pertencentes ao enativismo e à cognição corporificada. Mas o toque principal foi dado pelas próprias vivências que tive enquanto fazia a minha investigação de doutorado. Elas me fizeram refletir muito e acabaram compondo o resultado final que está na minha tese.

Os 10 mandamentos para trabalhar remotamente, viajando…

Mentira, nada de mandamentos, não mando nada, gente 😉 Mas aqui estão alguns atributos que considero fundamentais para quem quer colocar o pé na estrada com o laptop debaixo do braço (lista ongoing, sempre ganhando itens novos)…

  1. Ter disposição e abertura para o mundo
  2. Estar pronta/o para lidar com imprevistos
  3. Ter coragem para seguir a intuição
  4. Saber se cuidar física e emocionalmente
  5. Saber cuidar das finanças
  6. Ter disposição para burocracias
  7. Ter fé (nada a ver com ser religioso/a)
  8. Ter foco para trabalhar em lugares diferentes
  9. Algum desprendimento material ajuda (consumismo e nomadismo não combinam…)
  10. Um tanto de vontade de aumentar a sua dose de autoconhecimento também ajuda 😉
Praia da Figueira da Foz – Portugal, dez/2021, foto de Pedro Rosa