O cérebro que prevê (The Predictive Brain)

Segundo Anil K Seth, professor de neurociência cognitiva e computacional na Universidade de Sussex, o conceito do cérebro como uma “máquina que prevê” teria sido introduzido pelo matemático Hermann von Helmholtz no século 19 (veja neste artigo dele sobre o “hard problem” da consciência).

O conceito, que ocupa lugar de destaque nos estudos do filósofo da mente Andy Clark, baseia-se na imagem do cérebro humano como uma máquina com diversas camadas capaz de realizar previsões; sinais sensoriais são processados em múltiplos níveis neurais, que procuram predizer as informações sensoriais em fluxo. Essas previsões, inconscientes, nos preparam para lidar de forma rápida e eficiente com a corrente de sinais vindos do mundo.

Sendo assim, se o sinal sensorial que aparece é o esperado, nós vemos e ouvimos coisas que já começamos a nos preparar para ver e ouvir, ou revelamos comportamentos que já começamos a organizar. Mas, e se as coisas não saem como esperamos? Aí, acontece o chamado sinal de erro de previsão, que é calculado em cada área e nível de processamento neural, e revela que a previsão que fizemos estava errada. O cérebro é convidado a tentar novamente, armado com informações específicas que já incluem os novos erros. Dessa forma, o cérebro está permanentemente tentando adivinhar a forma e a evolução dos sinais sensoriais correntes, utilizando, para isso, o conhecimento armazenado do mundo.

Essa forma de o cérebro acoplar-se com o mundo pode nos ajudar em situações corriqueiras, como quando, em uma festa lotada, na qual está tocando música em volume alto, alguém chama nosso nome. Em meio a aqueles ruídos todos, conseguimos distiguir o chamado. Isso acontece, segundo a tese do predictive brain, porque o cérebro usa informação armazenada para realizar previsões sobre a ocorrência sensorial, e essas previsões ajudam a separar o sinal do barulho, revelando-nos o que realmente interessa no vasto mundo que habitamos.

Filosofia, ciência e o cérebro que prevê

Andy Clark é um filósofo que trabalha lado a lado com neurocientistas em busca de compreensão sobre como funcionamos, agimos, pensamos, aprendemos. Na University of Edinburgh, em que ele dá aulas, Clark realiza pesquisas junto a equipes dos laboratórios de inteligência artificial e robótica da universidade.

Clark está envolvido também no projeto X-SPECT, no qual, junto a outros especialistas, desenvolve pesquisas para aprofundar a teoria do predictive brain, por meio de experiências práticas. O grupo parece estar buscando ampla divulgação científica dos estudos, uma vez que criou página no Facebook, conta no Twitter e um site bem didático.

Clark é muito ativo e escreve sem parar. Em artigo recente, ele discute possíveis questões éticas advindas do predictive brain. De fato, dependendo do tipo de previsão que o cérebro fizer, com base em conhecimentos armazenados a partir de experiências anteriores, as consequências podem ser bastante complicadas. Ele usa como exemplo as estatísticas elevadas de homens negros baleados pela polícia que acreditava que eles estavam armados, mas não estavam (mais nesta matéria do NY Times, citada por ele).

O que acontece é que estamos inseridos num cenário cheio de informações distorcidas, que se transformam em sinais sensoriais errados para nossos cérebros e podem resultar, assim, em ações desmedidas. Soma-se a isso a quantidade de preconceitos que armazenamos em nossa sociedade, e que contribuem para formular nossas “previsões cerebrais”…

Alucinações?

De certa forma, estamos “alucinando” o tempo todo, diz Clark. Para Seth, a percepção é uma “alucinação controlada” (ele diz: “In this view, which is often called ‘predictive coding’ or ‘predictive processing’, perception is a controlled hallucination, in which the brain’s hypotheses are continually reined in by sensory signals arriving from the world and the body”).

Não à toa, questões éticas nos rondam o tempo todo e, à medida que avançamos tanto na compreensão de nossas próprias tecnologias corporais naturais como nas tecnologias inventadas, temos que ter ainda mais atenção a elas, além de continuar a luta para combater nossos próprios preconceitos.

Hard Problem da consciência

No artigo de Seth, da Universidade de Sussex, ele conecta o eterno hard problem da consciência à abordagem do predictive brain. Vale muito a leitura. Repetindo o link:

The Real Problem –  It looks like scientists and philosophers might have made consciousness far more mysterious than it needs to be

 

Imagem do post: Kaleb Nimz @ Unsplash

Amor… artificial?

Imagem: https://cdn2.hubspot.net/

O uso da internet para encontrar um amor não é recente. Todos conhecem – e muitos usam – os sites de relacionamentos, os apps como o Tinder e tantos outros.

Reportagem recente do Daily Mail traz a previsão de que quatro em cinco pessoas solteiras irão procurar por um amor na internet até 2050. Além disso, a reportagem destaca que deverá haver um aumento na idade média de quem buscará por parceiros pela Web – o que parece natural, devido ao fato de que estamos vivendo cada vez mais (temos que cuidar da humanidade para continuarmos assim, no entanto…!).

O curioso é que também até 2050, prevê o pesquisador britânico David Levy, autor de “Amor e Sexo com Robôs”, teremos a possibilidade de nos casar legalmente com robôs (!!!).

Levy acredita que relacionamentos de humanos com robôs serão uma realidade porque até lá a nossa relação com as máquinas já estará bastante natural…

Pode até ser.

Porém… há muitas questões aí, é claro.

Mas vou falar de apenas uma: quem pesquisa inteligência artificial e robótica e também está ligado às questões filosóficas provavelmente conhece o hard problem da filosofia (da humanidade?!): o da consciência.

A ciência ainda não conseguiu concluir como e por que temos consciência.

Consequentemente, também não há previsão para que robôs tenham consciência.

Então, por mais que uma máquina seja capaz de reproduzir o cérebro humano com perfeição, lhe faltará algo. Esse “algo”, que tem a ver com a nossa percepção, ainda envolve bastante mistério.

E aí, talvez caiba a pergunta: você namoraria alguém, melhor dizendo, um ser sem consciência?

Neste link do Guardian há uma boa reflexão sobre que tipo de relacionamento as sex-robots poderiam substituir…

Imagem: Michael Prewett @ Unsplash

Extended Mind: casos interessantes

Conheci recentemente mais casos interessantes de tecnologias que melhoram a vida das pessoas, atuando como extensões do corpo/da mente:

1. Óculos capazes de devolver a vida em cores para daltônicos

2. Próteses feitas especialmente para os seus donos

3. Os aparatos que este homem que sofreu um derrame, mostrado na série documental “Dark Net”, no Netflix, usa para se comunicar e para estar no mundo:

 

Nem tudo é cérebro no reino da cognição…

Matéria publicada no site Singularity Hub no final do mês passado aponta que vem sendo observada uma maior atenção à neurociência associada à educação, o que poderia levar o campo a inovar nas práticas educacionais. Em vez de continuar baseada em premissas tradicionais ou individuais sobre aprendizagem, a educação está começando a ser tratada como uma ciência, diz o artigo, que cita o termo neuroeducação (neuroeducation) como aquele que emerge dessa união. A neuroeducação, diz Raya Bidshahri, autora do texto, seria importante para aplicar o método científico ao desenho do currículo e às estratégias de ensino, em um esforço de “entender a aprendizagem com base em evidência”.

O artigo afirma que todas as habilidades humanas, entre elas a aprendizagem, são resultado da atividade cerebral. E se dedica a explicar as diversas influências dos estudos do cérebro para a evolução das análises relacionadas à aprendizagem. Afirma, ainda, que o campo da neuroeducação utiliza-se, além da neurociência, da psicologia e da ciência cognitiva para gerar informação para a educação e fundamentar estratégias de ensino.

Parece aí haver, de fato, grande inovação, ou a base para inovar. Afinal, a educação não tem nada a perder olhando para os avanços obtidos pela neurociência, muito pelo contrário, não vejo como haver separação aí. Mas, o que o artigo não menciona é o que vai além desse modo de ver a aprendizagem, que tem como foco o cérebro como se ele reinasse absoluto nesse processo. E não reina? Talvez não.

O cérebro, o corpo e o ambiente

Por mais que o cérebro, é claro, seja essencial para muitas habilidades humanas (mas quiçá menos essencial do que imaginamos, para muitas delas – o que já não é tão óbvio ou não tão bem aceito assim), existe um grupo (grande e crescente, vale dizer) de cientistas cognitivos e filósofos dedicados a analisar a relação entre as capacidades cognitivas, o cérebro, o corpo (como um todo) e o ambiente em que estamos inseridos. E, nessa equação, o cérebro deixa de ser, digamos, o ator de um monólogo, para se tornar um dos atores que “dialogam” para formar o nosso sistema cognitivo. Para os cientistas cognitivos e os chamados filósofos da mente, a mente é constituída pelo cérebro, o corpo e o ambiente. Dentre eles, Andy Clark e David Chalmers estão no grupo dos que vão mais longe: defendem que as tecnologias desenvolvidas por nós, humanos, também são constitutivas da mente, atuando como extensões dela. Trata-se da teoria da mente estendida.

O cérebro, o corpo, o ambiente e a educação

E de que maneira as teorias cognitivas que, por assim dizer, amplificam a mente, ajustando a lente para tirar o mérito absoluto do cérebro e colocar o foco também sobre o corpo e o ambiente, influenciam no desenvolvimento da educação? No mínimo, os pensadores que se dedicam a esses estudos nos levam a refletir sobre o fato de que também aprendemos com o corpo, ou fazendo uso das extensões dele – como nossos smartphones, por exemplo, que atuam como a nossa memória para muitas atividades e funções; e aprendemos também a partir de nosso relacionamento com o ambiente, que influencia outras funções cognitivas além da aprendizagem. Sem dúvida, tem muito o que ser analisado aí e isso é assunto para muito além de um post (no mínimo, uma dissertação, como é o meu caso!).

A neurociência é uma grande parceira de pesquisadores como Andy Clark, que constrói seus argumentos a partir do que é desenvolvido e descoberto pelos cientistas dedicados a estudar o cérebro. De forma alguma, Clark defende que o cérebro deve ser deixado de lado; não! O cérebro é essencial para a mente; acontece que o órgão não é o único que deve ser levado em consideração nesse processo. Nem tudo se resume a neurônios, podemos dizer assim! Por conta disso, esse filósofo da mente é um excelente pesquisador para quem deseja aprender mais sobre o funcionamento humano – e sobre inteligência artificial. Sim, sobre inteligência artificial, por que não? Em breve escrevo sobre isso aqui no blog. Vou também falar sobre o pesquisador Hubert Dreyfus, autor de um livro chamado “Skillful Coping”, que é uma obra altamente recomendada para quem está disposto(a) a desmontar aquilo no que acreditou até hoje, a respeito de como aprendemos e de como nos tornamos “experts” em alguma coisa…

Meu “incômodo” 

É por isso que, quando leio algo que fala em inovação na educação, hoje, sem mencionar esse aspecto da mente como sendo uma “parceria” entre o cérebro, o corpo e o ambiente, fico incomodada. E tenho procurado saber mais sobre esse universo que considero fascinante e que acredito poder revelar muito sobre a nossa maneira de estar no mundo, apreendê-lo e aprender.

Links

Por ora, recomendo a leitura desta ótima reportagem, publicada no site da Vice-Reitoria para Assuntos Acadêmicos da PUC-Rio, que traz falas do professor Ralph Bannell, meu orientador de mestrado, e da prof. Gilda Campos, com quem tive aulas este ano na PUC e que é a coordenadora da CCEAD da PUC.

Para quem nunca leu nada a respeito, que tal começar assistindo a um TED Talk com David Chalmers? Afinal, o smartphone é parte de nossa mente? Assista a este vídeo bem-humorado com Chalmers – que, ainda que pareça um roqueiro do Slayer, como alguém comentou no YouTube, na verdade é um dos autores da teoria da mente estendida, como mencionei.

 

 

A singularidade já aconteceu; nós nem percebemos

Neste texto lindo, o escritor  americano de ficção científica Terry Bisson fala que a singularidade tecnológica, que esperamos que aconteça com a superação humana pela inteligência artificial, na verdade, já aconteceu; teria começado 500 anos atrás, com a descoberta da prensa.

Conheci Terry Bisson por meio de um texto dele que é citado na obra Mindware, de Andy Clark; o texto citado se chama “They’re made out of meat“. Em Mindware, Andy Clark, que é filósofo e cientista cognitivo, se propõe a traçar um panorama do que foram os últimos 40/50 anos de pesquisa na ciência cognitiva. O autor cita vários pensadores que contribuíram para a pesquisa na cognição nos últimos anos.

Segundo Clark, nos anos iniciais da pesquisa cognitiva, marcados pelo materialismo, o cérebro era comparado a uma espécie de máquina de carne (“meat machine”), em que pensamentos, sentimentos, desejos, medos, crenças e o intelecto seriam a operação desse cérebro, ou da máquina de carne em nossas cabeças. Eles seriam o “mindware”, em uma alusão ao software que roda em máquinas, ou em hardwares – portanto, o cérebro seria o hardware e o software a rodar nele seria o “mindware”; ou: o cérebro seria o “meatware”, o hardware, e a mente, o “mindware” estaria dentro dele, a rodar nele. (CLARK, 2011).

Com informações de:

http://www.terrybisson.com/ (Acesso em 29 de outubro de 2017)

CLARK, Andy. Mindware. New York: Oxford University Press, 2014.

 

 

 

 

Nunca me Sonharam

Este final de semana ficará liberado, para quem quiser assistir na web, o filme “Nunca me Sonharam”. Dirigido por Cacau Rhoden, o filme foi lançado num formato diferente, que permite que seja conferido em sessões online. Das 10h do dia 12 de agosto às 11h do dia 14 de agosto, será possível assistir ao filme online. Este é o link para assistir. Será necessário, antes, fazer um cadastro aqui.

Veja, abaixo, o trailer.

Uma breve introdução ao conteúdo na internet

Sou, frequentemente, questionada sobre o que é exatamente e como funciona o trabalho de fazer conteúdo para a Web – o que é ótimo, pois não só demonstra interesse das pessoas como me abre a possibilidade de esclarecer para elas, entre outras coisas, que planejar e fazer conteúdo para a internet inclui escrever, mas não se restringe a isso.

Ao pensar o conteúdo de um site, é preciso avaliar a informação como um todo, a comunicação que aquele site deseja fazer, que tipo de impressão deseja despertar nos internautas e quais as perguntas do público que ele se prestará a responder. É preciso ainda pensar em caminhos, de preferência simples, que façam sentido para se chegar ao que se deseja no site, e isso tem tudo a ver com arquitetura da informação, usabilidade e acessibilidade, três inseparáveis companheiras. De que adianta um conteúdo maravilhoso, mas que ninguém encontra? É algo que tem tão pouca utilidade quanto um site visualmente lindo, mas sem conteúdo algum.

É fundamental que se conheça o público ao qual o site se destina. Quanto mais informação sobre esse público os webwriters, arquitetos da informação, designers e programadores tiverem, mais chances eles terão de desenvolver um site que de fato atenda aos internautas que o acessarem e que lhes dê aquilo que procuram e esperam. O valor disso é inestimável, considerando que estamos numa rede que, cada vez mais, distancia os clientes do conceito de fidelidade, diante das múltiplas possibilidades de escolha com as quais eles se deparam e da facilidade de, sem custos, simplesmente mudar de URL quando bem entendem. Para conseguir destaque na Web, é preciso estar atento e saber que quem manda é o internauta.

Quando se pretende avaliar a qualidade do conteúdo desenvolvido para um site, faz-se necessário verificar se o que é apresentado ali está sendo dito de uma forma que os internautas entendem e gostam. Avaliar se o conteúdo de determinado site está bem feito e bem organizado, se os caminhos estabelecidos pela equipe são fáceis de ser compreendidos pelos usuários, se o site é eficiente é um trabalho para o qual existem os testes de usabilidade, existe o bom senso e existem as métricas, também inseparáveis companheiras dos editores de conteúdo. As análises estatísticas e a interpretação certeira desses indicadores, dentro do contexto do site e das premissas que se pretende levar em consideração ao avaliá-lo, são eficientes na condução do conteúdo e no estabelecimento de diretrizes para o que se pretende apresentar aos internautas. As métricas mostram onde o site errou, onde acertou, o que pode ser melhorado e até o que pode e deve continuar como está.

“Achismo” não tem valor na Web, e nem é necessário. Os testes de usabilidade são de grande valia para que se evite lançar um site que não seja compreendido pelos internautas, que gere dúvidas e não incentive a navegação. Com estatísticas de fácil acesso e fácil compreensão, pode-se ter certeza de que o trabalho está bem feito, de que o conteúdo está categorizado e disponibilizado de uma forma que lhe permite ser encontrado no site e tem boa aceitação entre os internautas. Pode-se observar os caminhos dos visitantes e evitar que façam uma curva na hora errada, abandonando um portal de e-commerce pouco antes de finalizarem uma compra, por exemplo, ou deixando de ler parte de um texto simplesmente porque não a encontraram. A internet é um veículo que não só facilita esse retorno como pode ser imediata ao fornecê-lo. Não se pode esquecer de aproveitar esse aspecto da Web.

 

 

Sobre o mestrado

O mestrado em Educação tem sido essencial para a minha trajetória. Faço, aqui, um balanço do que foi este meu primeiro semestre por lá. Sou grata a tudo o que estou aprendendo, estudando. Mesmo que em muitos momentos pensar sobre a realidade da educação no Brasil doa e gere desgaste, porque ela é dura, se é.

Em Educação Brasileira, matéria obrigatória do currículo do mestrado (e do doutorado na PUC-Rio para quem não fez mestrado em Educação lá), as aulas foram organizadas em quatro grandes tópicos, que contribuíram para que tivéssemos contato com algumas das principais questões relacionadas às características, aos desafios e às potencialidades da educação, no Brasil. Confirmei algumas impressões, refutei outras; desenvolvi um olhar mais crítico sobre os temas debatidos; notei, em vários momentos, que estava enganada antes de me dispor a pensar a fundo sobre determinado assunto, ou ao menos pensei “como não havia refletido sobre isso dessa forma antes?”.

As discussões acerca do público e do privado na educação brasileira me tornaram mais consciente a respeito das escolhas que faremos enquanto educadores. Vivemos em um país que pouco valoriza a educação, e que se apoia no terceiro setor e no incentivo do setor privado para, por exemplo, desenvolver ações que podem se tornar políticas públicas. De que maneira vamos nos inserir nesse processo? É preciso ter conhecimento para tomar boas decisões. Ainda que tomemos decisões erradas, o embasamento é importante para sabermos nos posicionar, para entendermos quais os obstáculos que precisam ser driblados, para sermos realistas sem deixar de ser sonhadores – o que, no caso da educação, considero essencial.

Os debates sobre o currículo escolar me fizeram pensar sobre como, após 12 anos inserida no mercado de trabalho e afastada da Academia, eu relacionava educação sobretudo a instrução, pouco refletindo da forma devida sobre como é essencial ampliarmos essa formação. Qual o papel da escola? Por que é importante criar condições para que os alunos aprendam mais e com mais qualidade do que simplesmente seria exigido no mercado de trabalho? Por que é preciso pensar no que significa qualidade na educação? Porque, como educadores, ou comunicadores a serviço da educação, preparamos pessoas para serem, e não para estarem. Vejo o mercado de trabalho como o “estar”, enquanto “ser” nós somos integralmente, o tempo todo.

Se a escola prepara para ser e não para estar, eis o motivo central pelo qual vejo importância na busca por uma relação viva entre escola e família. Uma relação pautada por objetivos comuns, e maiores do que as limitantes demandas do mercado que mudam a todo momento e que, de tão voláteis, tornariam qualquer conhecimento obsoleto mais rápido do que se poderia perceber, se a escola fosse feita para criar profissionais. Complementa essa discussão a reflexão acerca do currículo escolar: o que se ensina? Para quem se ensina? Michael Young, especialista em currículo, quando fala do “conhecimento poderoso” que o currículo tem a responsabilidade de proporcionar, lembra que a pesquisa é essencial para os profissionais de educação, que a Academia e a prática devem caminhar cada vez mais juntas, que não há um currículo apenas mas vários, ainda que haja diretrizes, caminhos, impulsionados por um currículo comum. No Brasil, um país onde “cabem” vários países, esse é um grande desafio.

Além desses grandes tópicos em Educação Brasileira, pude me aprofundar nas políticas públicas relacionadas à Educação a Distância no Brasil. Como são feitas, para quem são feitas, de que maneira contribuíram para chegarmos onde estamos quando o assunto é EaD (que, aliás, muito me interessa). Interessei-me por estudar como os alunos de EaD se sentem, como estudam, como se relacionam com o conteúdo, com as ferramentas que utilizam. Escrevi, junto com colegas de turma e a minha professora, que também é minha orientadora, sobre cognição, metodologias ativas, o aluno do século XXI, o professor desse aluno.

Por fim, ainda mergulhei no universo da pesquisa, para ficar esperta na hora de fazer um artigo, e a dissertação. Aprendi a fazer uma boa revisão bibliográfica – o que parece fácil, mas não é nem de longe, na minha opinião.

Enfim, muitos conhecimentos acumulados em seis meses. Indico demais um mestrado a quem desejar embarcar em uma aventura de conhecimento, com muita, muita leitura e bastante dedicação.

 

 

 

English for Children!

Estou a mil e, como sempre, envolvida com muitos projetos e ideias. Desta vez, está para sair do forno um projeto meu voltado para o ensino de inglês de crianças, e gostaria da ajuda de vocês para uma pesquisa rápida. Fiz um questionário para entender melhor a demanda relacionada ao ensino de inglês para crianças. Quem puder responder e enviar a amigos para que respondam também, agradeço demais!

O questionário está disponível aqui neste link.

Desde já agradeço muito!

Imagem: Pixabay

 

Young Yogis lança página no Facebook

É com muita alegria que compartilho aqui em meu blog um novo projeto em que estou envolvida, como consultora em comunicação digital e em educação. Trata-se dos Young Yogis, iniciativa de uma amiga-irmã, Flavia Delcourt. Professora e pesquisadora experiente, ela oferece aulas de yoga para crianças onde mora, no Sul, mais precisamente na cidade de Rio Grande.

Por meio de sua página no Facebook, lançada esta semana, Flavia passará a comentar sobre os benefícios da prática do yoga, que muito contribui para o desenvolvimento das crianças e jovens. Falará sobre atividades relacionadas a essa filosofia, publicará inspirações e compartilhará reportagens ligadas ao tema.

A página surge como uma grande contribuição a todos que desejam entender melhor como essa prática milenar pode ser tão útil em dias turbulentos como os que vivemos neste intenso século XXI! Convido vocês a curtir e acompanhar: facebook.com/youngyogiss

A identidade visual foi desenvolvida por Zeca Leporace, que, além de trabalhos criativos de design digital, produz luminárias a partir de folhas descartadas de palmeiras – conheça mais sobre o projeto dele também em sua página no Facebook.

Divulguem essas iniciativas para os amigos! Afinal, vale a pena ajudar a fortalecer essa corrente de boas ideias!