Comunicação de Ciência: onde começa?

Estou fazendo um curso na Universidade de Coimbra sobre comunicação de ciência para audiências não especializadas. Está sendo uma experiência excelente!

Eu acredito que a preocupação com essa comunicação começa no momento em que nós estamos escrevendo as nossas teses, dissertações e os nossos artigos.

Mesmo que nossas teses, dissertações e artigos sejam peças mais “duras”, com uma estrutura mais rígida, e que possivelmente não alcancem um público leigo, podemos escrevê-las e estruturá-las de uma maneira que de fato comunique as nossas descobertas (um bom revisor, aliás, pode ajudar e muito nisso! Recomendo demais o trabalho de meu pai, Sebastiao Jose Leporace Jr). Podemos adotar uma linguagem mais leve, direta e objetiva.

Para nos ajudar a comunicar bem o que estamos fazendo, podemos também participar de eventos que quebram a rotina dos congressos acadêmicos. Aqui em #portugal, onde estou fazendo doutorado sanduíche, vale a pena acompanhar a http://scicom.pt/, por exemplo. E há muitas outras iniciativas, como:

3 MINUTE THESIS – https://www.uc.pt/3mt/

Ciência Viva Portugal – https://www.cienciaviva.pt/

STOL – Science Through Our Lives – https://stolscience.com/

Science Communication Open lab – Univ do Porto – http://mil.up.pt/scol/

Scientificus – https://scientificusblogpt.wordpress.com/

https://stolscience.com/

Transparência na IA

A inteligência artificial cada vez mais permeia e influencia nossas vidas. Afeta decisões das mais relevantes: quem pode conseguir um empréstimo ou financiamento, quem deve conseguir um emprego ou ser demitido, quem deve ser preso. Conecta indivíduos em apps de relacionamentos, podendo influenciar nos rumos sentimentais das vidas das pessoas, também.  

Diante da presença crescente da IA em nossas vidas, cresce também a importância de compreender o que significa vivermos entrelaçados a sistemas que se alimentam dos nossos dados. 
Por isso, crescem as preocupações com os riscos a que potencialmente somos expostos.

Há uma mobilização enorme para que se analise esses riscos e para que sejam mitigados. 

Nesse contexto, são preocupantes os mecanismos opacos de tomada de decisão embutida em sistemas algorítmicos.

Transparência é importante quando se trata de sistemas de #IA
A questão da transparência aparece nos documentos do AI HLEG – the European Commission’s High-Level Expert Group on Artificial Intelligence, de 2018.

“Os modelos de negócios baseados em dados, sistemas e AI devem ser transparentes: mecanismos de rastreabilidade podem ajudar nisso. Além disso, os sistemas de IA e suas decisões devem ser explicados de uma maneira adaptada às partes interessadas. Os seres humanos precisam estar cientes de que estão interagindo com um sistema de IA, e devem ser informados acerca das capacidades e limitações desse sistema”, diz documento do AI HLEG de 2019. 

Vou mais além e defendo, com base em teorias da cognição em que venho me aprofundando no doutorado, que “interação” é humano-humano; quando lidamos com sistemas de IA temos uma troca, mas não é exatamente uma “interação” como seria uma interação social. Há algo que só humanos têm, ainda bem 😉 

No artigo acadêmico disponível neste link, o qual inspirou este meu post, há uma discussão interessante sobre “variedades de transparência” em sistemas de IA. Foi escrito por Gloria Andrada, Robert Clowes e Paul Smart.

Audrey Watters: ‘não são as tecnologias os vetores das mudanças, mas as pessoas’

Tive o prazer de ouvir Audrey Watters falar hoje na conferência Digital Education Governance Beyond International Comparative Assessments – complex histories, contested presents, and contingent futures, promovida pelo Centre for Research in Digital Education, da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido.

Audrey escreveu um livro sobre os antecedentes das “máquinas de ensinar” que existem atualmente: “Teaching Machines”, lançado em 2021 pela MIT Press. Ela escolheu falar sobre o passado para nos fazer refletir sobre o futuro.

Teaching Machines

Como Watters comentou, para compreender as tecnologias e a nossa relação com elas é preciso olhar para a história, para o passado, não apenas para o futuro. Ao motivar-se para escrever esse livro, ela estava interessada em saber como chegamos até aqui. Sentia-se incomodada com a falsa sensação de que “de repente a tecnologia educacional surgiu”, como se fosse “do nada”. Não podemos desconectar o passado do que o futuro é e de como o futuro será.

“I see behaviorism everywhere”, Watters disse se referindo ao filme “O Sexto Sentido”. B. F. Skinner é muito atual quando se trata de como concebemos a aprendizagem ainda hoje. A ideia de que se deve recompensar os estudantes imediatamente ela aprendizagem “bem sucedida” continua atualizada, e tem tudo a ver com o behaviorismo. Ainda somos fortemente orientados a esse processo de recompensa. Basta olhar ara o nosso comportamento online, evidente na dependência tecnológica que temos desenvolvido. Quando rolamos a tela do celular ávidos pela próxima informação ou aguardamos ansiosamente por novas mensagens, o que queremos, de certo modo, é ser recompensados.

“Não vejo a tecnologia como os vetores das mudanças, mas as pessoas”, disse Audrey. Concordo super com ela.

Pesquisa Teórica em Educação

Neste post, forneço uma lista de referências utilizadas em aula da PUC-Rio na qual contribuí abordando a pesquisa teórica em Educação.

BANNELL, R. I. Uma faca de dois gumes/A double-edge sword. In: FERREIRA, Giselle M. S.; ROSADO, Luiz A. S.; CARVALHO, Jaciara S. (Org.) Educação e Tecnologia: abordagens críticas. Rio de Janeiro: SESES – Sociedade de Ensino Superior Estácio de Sá, 2017, p. 17-82.

BANNELL, R. I.; MIZRAHI, M.; FERREIRA, G. (Orgs.) (Des)educando a educação: Mentes, Materialidades e Metáforas. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2021.

CANDAU, V. M. Ensino Programado – Uma nova tecnologia didática. Rio de Janeiro: Inter edições, 1969.

LAURENTI, C; LOPES, C. E. & E ARAÚJO, S. F.. Pesquisa Teórica em Psicologia – Aspectos Filosóficos e Metodológicos. São Paulo: Hogrefe, 2016

NEWEN, A.; DE BRUIN, L.; GALLAGHER, S. The Oxford Handbook of 4E Cognition. Oxford: University Press, 2018.

SEVERINO, A.  J. Metodologia do Trabalho Científico. 23ª ed. revisada e atualizada. São Paulo: Editora Cortez, 2007

WATTERS, A. Teaching Machines. Cambridge: MIT Press, 2021.

Imagem:
http://edhistory.weebly.com/1950s.html

A mulher como a mente estendida do homem: desequilíbrio e sobrecarga*

A Tese da Mente Estendida, desenvolvida pelo cientista cognitivo Andy Clark, sugere que a mente se estende para além do cérebro. O ambiente, as tecnologias, as instituições, as linguagens que criamos são todas formas de estendermos as nossas mentes. O próprio corpo é considerado extensão da mente também, sendo concebido, nessa perspectiva, como a primeira tecnologia cognitiva a que temos acesso durante as nossas vidas.

Mais do que apenas potencializar a cognição, esses recursos, externos ao cérebro e ao organismo humano como um todo, são vistos como constitutivos da mente; ela não existiria sem eles. A Tese preconiza, ainda, que a função de todos esses elementos é permitir um offload ou uma redução da carga da atividade cerebral; isto é, a partir da distribuição da operação cognitiva entre todos esses componentes, o cérebro não precisa ficar encarregado da atividade mental sozinho; em suma, não precisa ficar sobrecarregado. O exemplo mais clássico é o do celular que, ao guardar os números de telefone e tantas outras informações para nós, nos alivia de ter que memorizar tudo isso.

Críticos da Tese da Mente Estendida colocaram uma questão que, nomeada como cognitive bloat, se resume no seguinte: se a mente humana se estende por esses domínios externos ao organismo, e esses domínios incluem as outras pessoas, seriam então as mentes de outras pessoas consideradas também parte da mente de um determinado indivíduo?

Desde 2017, venho estudando essa Tese e as críticas a ela, além de outras perspectivas que guardam semelhança com a ideia da mente estendida. E acredito cada vez mais que sim, as mentes de outras pessoas podem ser extensões da mente de um determinado indivíduo. Isso não é necessariamente ruim. Afinal de contas, construímos juntos, criamos juntos, a inteligência é compartilhada. Muitas coisas que existem – projetos, ideias, famílias, conversas – somente existem porque são construções coletivas. E isso é ótimo.

Mas, para pensarmos assim, é preciso que todas as mentes envolvidas se beneficiem dessa espécie de expansão mental proporcionada por tais compartilhamentos. E nem sempre é esse o caso. Talvez, pelo olhar de uma mulher, eu possa contribuir com uma outra perspectiva hoje, neste 8 de março, dia em que se celebra o Dia da Mulher. E o olhar que quero trazer é o seguinte: seríamos nós, mulheres, extensões das mentes dos homens, tornando para eles tantas tarefas mais leves (ou reduzindo a quantidade de tarefas), enquanto nós seguimos sobrecarregadas – e sem ter para onde estender as nossas mentes?

Cena da minissérie MAID (Netflix), que recomendo muito que você,
que está lendo este post, assista!

Não faltam dados que mostram que essa hipótese é verdadeira. Historicamente, nós mulheres temos progredido em nossos direitos, alcançado lugares a que antes jamais poderíamos chegar e assumido posições também outrora impensáveis para o “segundo sexo” (obrigada, Beauvoir). Mas ainda temos um longo caminho pela frente, até porque, na não linearidade típica do fluxo da vida, retrocedemos (principalmente graças ao fascismo, diga-se de passagem) bastante nos últimos tempos.

Esse longo caminho ainda por vir anseia pelo fim definitivo da ideia de que mulheres são responsáveis pela casa e homens “ajudam”. Substitua a casa na frase por: os filhos, o cuidado com pessoas idosas e/ou doentes, as decisões sobre compras de mercado, sobre as prioridades domésticas etc. Muitas vezes, homens contribuem com a casa e os filhos, mas precisam que a mulher diga tudo o que precisa ser feito, caso contrário não tomam iniciativa alguma. Isso significa que por vezes as tarefas até são divididas, mas recai sobre a mulher o gerenciamento das coisas em casa.

Você já viu uma gerente ganhar menos do que a equipe a ela subordinada? Não. Tomar decisões é uma tarefa pesada e deveria ser reconhecida e valorizada; quase nunca é, no caso da mulher sobrecarregada (recomendo estes quadrinhos aqui para que quer um resumo perfeito disso).

Nós, mulheres, por mais que tenhamos a tecnologia para nos ajudar em nossas tarefas cognitivas (muitas delas são tecnologias que reproduzem os estereótipos e preconceitos, e que precisam de nós para ficar menos enviesadas), ainda tendemos a ser o “HD externo” de muitos homens, como bem colocou a Karla Fontoura no Planeta Ella no Instagram há alguns dias (@planetallea).

Acabamos tendo que contar com outras mulheres, que compreendam a nossa sobrecarga, para serem as nossas “mentes estendidas”. Formamos as nossas redes de apoio. Pedimos as nossas ajudas a quem acaba nos entendendo mais facilmente. Enquanto isso, boa parte dos homens segue recorrendo às mulheres para fazerem offload cognitivo; isto é, liberar-se de tarefas chatas e cansativas para que possam cuidar do que realmente interessa ou o que é divertido (seja o seu trabalho, sua pesquisa acadêmica, suas amizades, o futebol e por aí vai).

Em relações em desequilíbrio, sempre sobra para alguém; quando sobra para alguém, esse alguém deixa seus sonhos em standby, suspende os planos, deixa de seguir em frente para dar conta de algo que não deveria ser só seu. Para toda mulher que trabalha como mente estendida de um homem – no sentido que aqui expliquei como negativo – existe um homem acomodado que não se preocupa em sair dessa posição.

É muito válido e muito bonito dizermos que “fulana é meu braço direito”. Mas a reciprocidade é fundamental e temos que persegui-la sem cansar.

*Dedico este texto a todas as mulheres, especialmente às minhas amigas, e aos homens bacanas com quem trabalho e convivo diariamente e que sei que olham para essas questões. Tive a sorte de ter sido criada por um homem que me respeita, me incentiva e me estimula a ser quem eu quiser ser. Acredito, por causa do meu pai e desses homens bacanas, que podemos seguir sendo mentes estendidas uns dos outros no sentido coletivo, no sentido das trocas constantes, e não da sobrecarga feminina.

Breve ideia que me deixou feliz… e então compartilho!

Tive o prazer de participar do XI Curso de Verão promovido pelo INCOg, da PUC-Rio, apresentando ideias da mente estendida. Sempre ficava incomodada com as referências bibliográficas apertadinhas em letras miúdas ao final da apresentação e que não facilitavam em nada para quem quisesse se aprofundar.

Desta vez, resolvi então inovar: fiz um post no meu blog contendo todas as referências, inclusive livros e imagens usados ou mencionados na apresentação, e gerei um QR Code e um link rápido para ele.

Quem não assistiu mas tem interesse, pode dar uma olhadinha se quiser. Aqui está o post.

Fiquei feliz de ter tido essa ideia, achei uma boa solução que pretendo adotar daqui por diante. Ah, e não foi do nada: eu tive essa ideia quando circulei por uma exposição esta semana em que o artista (Jens Müller, que está expondo aqui em Coimbra no Centro Cultural Penedo da Saudade; veja o Insta dele) colocou nas paredes do centro cultural o QR Code levando para o Instagram dele. Nada se cria, tudo se recria, e isso está totalmente alinhado com a tese de Andy Clark. Nossa cognição se forma em camadas, aproveitamos tudo que está no entorno para avançar de “nível” cognitivo.

A Mente Estendida: Esboços do Mundo

Este post é um complemento à aula que dei no XI Curso de Verão do INCOg/PUC-Rio sobre a Tese da Mente Estendida. Coloquei aqui os links, imagens, vídeos e inspirações que usei na apresentação, para que ficassem disponíveis para quem deseja saber mais.

A aula está disponível no vídeo a seguir.

O que vemos quando olhamos para uma obra de arte, um quadro, uma pintura, é o resultado de muitas tentativas e erros, trabalhos e retrabalhos. Esboços. Rascunhos. E, mesmo depois dos rascunhos, a obra de arte em si é constituída a partir de muitas camadas.

A tese da mente estendida desenvolvida por Andy Clark nos convida a ter essa perspectiva da mente e da cognição humana, como se estivéssemos sempre fazendo um processo de tentativa e erro para entender o mundo e as coisas que acontecem com a gente e em torno de nós. A abordagem nos leva a entender a formação da mente humana em camadas, que vamos adicionando na medida em que experimentamos as mais diversas atividades de estar no mundo e de conhecer o meio.

Abaixo há uma série de referências e vídeos para quem deseja saber mais sobre a tese e descobrir como a atividade mental humana é mais ativa, fluida e imaginativa do que talvez pudéssemos conceber:

  1. No livro DESEDUCANDO A EDUCAÇÃO: MENTES, MATERIALIDADES E METÁFORAS, lançado por um grupo de professores do Departamento de Educação da PUC-Rio (prof. Ralph Bannell, Mylene Mizrahi e Giselle Ferreira) em 2021, há um capítulo que se chama Para além do cérebro nu. Trata-se da tradução do capítulo 8 do livro Mindware, de Andy Clark. Este capítulo é fundamental para compreender mais sobre as ideias que apresentei no Curso de Verão do INCOg (em breve posto o vídeo da apresentação aqui);
O livro pode ser baixado gratuitamente no site da
Editora PUC-Rio
http://www.editora.puc-rio.br/

2. A artista que aparece pintando, e cujas imagens usei para ilustrar a questão das camadas na pintura, é canadense e se chama Lori Mirabelli. Assista a este vídeo completo dela e ouça as explicações sobre as camadas; mesmo para quem nao é artista, é o maior barato acompanhá-la mostrando esse processo interessantíssimo:

3. O livro cuja capa aparece no quarto slide é o “Oxford Handbook of 4E Cognition”, editado por Albert Newen, Leon De Bruin e Shaun Gallagher; saiba mais sobre a publicação aqui.

The Oxford Handbook of 4E Cognition

4. O livro em que Andy Clark aprofunda a questão das previsões cerebrais e como elas se acomodam com sua teoria da mente estendida se chama Surfing Uncertainty – Prediction, Action and the Embodied Mind e você pode saber mais sobre ele aqui.

5. Abaixo está o vídeo completo sobre as previsões cerebrais, cujos trechos apresentei na minha aula. O vídeo é ótimo, o único inconveniente é que não tem legendas em português (e nem mesmo em inglês). Mas vale a pena assistir – e você pode usar o recurso de abrir a transcrição do vídeo e depois traduzi-la num tradutor online, se precisar. A aula do vídeo é dada por Anil Kumar Seth, professor britânico de Neurociência Cognitiva e Computacional na Universidade de Sussex.

6. O desenho de Otto e Inga, reproduzido abaixo, foi feito por Helen de Cruz, filósofa e artista, e faz parte de uma série de ilustrações que ela fez para tentar materializar visualmente experiências filosóficas. Esses desenhos incríveis podem ser vistos neste link aqui.

7. A imagem abaixo, que achei poderosa para ilustrar a ideia de andaimes introduzida por Clark para abordar as extensões da mente, está numa matéria da Scientific America apropriadamente intitulada How Room Designs Affect Your Work and Mood.

8. A imagem do post, lá em cima, e que abre a apresentação, eu achei aqui

9. A apresentação em Power Point está disponível aqui

10. Referências Bibliográficas da apresentação/aula:

CLARK, A.; CHALMERS, D. The extended mind. Analysis, 58 (1), p. 7-19, 1998.

CLARK, A. Para além do cérebro nu. In Bannell, R. I., Mizrahi, M., Martins dos Santos Ferreira, G. (Orgs.) (Des)educando a educação: Mentes, Materialidades e Metáforas. Tradução de Camila De Paoli Leporace. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2021.

CLARK, A. Being there: putting brain, body, and world together again. Cambridge, MA: MIT Press, 1998.

_________. Natural-Born Cyborgs. Minds, Technologies and the Future of Human Intelligence, New York: Oxford University Press, 2003.

_________. Supersizing the mind: embodiment, action, and cognitive extension. Oxford: Oxford University Press, 2011.

_________. A. Mindware. Cambridge: MIT Press, 2014.

DELLERMANN, D., EBELl, P., SÖLLNER, M., & LEIMEISTER, J. M. (2019). Hybrid Intelligence. Business and Information Systems Engineering, 61(5), 637–643. https://doi.org/10.1007/s12599-019-00595-2

GALLAHER, S. Philosophical Antecedents of Situated Cognition. In: ROBBINS, Philip, e AYDEDE, Murat. The Cambridge Handbook of Situated Cognition. Cambridge University Press, 2009.

NEWEN, A,; DE BRUIN, L.; GALLAGHER, S. The Oxford Handbook of 4Es Cognition. New York: Oxford University Press, 2018.

ROBBINS, P., e AYDEDE, M. The Cambridge Handbook of Situated Cognition. Cambridge University Press, 2009).

RUPERT, R. Cognitive Systems and the Extended Mind. New York: Oxford University Press, 2009.

SOEKADAR, S., CHANDLER, J., IENCA, M., & BUBLITZ, C. (2021). On The Verge of the Hybrid Mind. Morals & Machines, 1(1), 32–45. https://doi.org/10.5771/2747-5182-2021-1-32.

XI Curso de Verão em Neurociência Comportamental INCOg PUC-Rio / Fevereiro de 2022

Assim como nas edições anteriores, serão abordados diversos tópicos na área de Neurociência Comportamental com abordagem prática e metodologia hands on, promovendo, assim, aulas dinâmicas e acessíveis a interessados de todas as áreas do conhecimento.

Esta edição, excepcionalmente, acontecerá de forma virtual. A plataforma Zoom será o meio de transmissão. Haverá palestras e mesas-redondas de profissionais, pesquisadores, e professores de diferentes universidades do Brasil.

Esta é uma iniciativa do INCog – Grupo de Pesquisa Interdisciplinar em Neurociências e Cognição da PUC-Rio.

Inscrições: http://incog.com.br/xi-curso/100-xi-curso/138-incricoes

Programação: http://incog.com.br/xi-curso/100-xi-curso/137-programacao
Para mais informações: incog@puc-rio.br.

What Computers Can’t Do (Hubert Dreyfus)

EN

Hubert Dreyfus’ “What computers Can’t Do” will be 50 years old in 2022. Despite having been released half a century ago, it is still pertaining when it comes to the gap between human cognition and artificial intelligence. I like Dreyfus’ critique to artificial reason mostly because he was actually concerned with human intelligence, not so much machines’ intelligence. The book (which got a second edition, amplified, in 1992) is compelling for those interested in comprehending some of the most important challenges faced by AI – and that have not yet been overcome.

Inspired by phenomenologists like Heidegger and Merleau-Ponty, Dreyfus (who unfortunately died in 2017 at 87) advocated that human intelligence is far beyond computation and representation. He suggested that we are “skillful copers”, i.e., highly skilled embodied agents capable of dealing with the world’s uncertainties and unsteadiness in a remarkably fine-grained way, anchored in the body and in the emotions. Because it is coupled to the environment, this being-in-the-world is more direct and less dependent on mediators (representations).

I also encourage readers to watch some of Dreyfus’ great interviews, lectures and talks available online.

PT

Hubert Dreyfus’ “What computers Can’t Do” fará 50 anos em 2022. Apesar de ter sido lançado há meio século, ele ainda é pertinente quando se trata do gap entre a cognição humana e a inteligência artificial. Eu gosto da crítica de Dreyfus à razão artificial principalmente porque ele estava realmente preocupado com a inteligência humana, não tanto com a inteligência das máquinas. O livro (que teve uma segunda edição, ampliada, em 1992) é muito pertinente para aqueles interessados em compreender alguns dos desafios mais importantes enfrentados pela IA – e que ainda não foram superados.

Inspirado por fenomenólogos como Heidegger e Merleau-Ponty, Dreyfus (que infelizmente morreu em 2017 aos 87 anos) defendeu que a inteligência humana está muito além da computação e da representação. Ele sugeriu que somos “skillful copers”, isto é, agentes corporificados altamente habilidosos capazes de lidar com as incertezas e instabilidades do mundo de uma forma altamente refinada, ancorada no corpo e nas emoções. Por estar acoplado ao meio ambiente, este being-in-the-world é mais direto e menos dependente de mediadores (representações).

Eu também encorajo os leitores a assistir algumas das grandes entrevistas e palestras da Dreyfus disponíveis on-line.

Hubert Dreyfus on Embodiment (II-II)
Conversations with History: Hubert Dreyfus
Hubert Dreyfus Interview – AI, Heidegger, Meaning in the Modern World

MindBrainBody Symposium [9th MBB Symposium 2022]

Website

The event will take place from March 16-18, 2022 in hybrid mode (in person and virtual) during International Brain Awareness Week 2022.

Postdoctoral and doctoral researchers as well as students from the domains of cognitive, affective and social neurosciences, cognitive neurology and neuropsychiatry, psychology or other behavioral and social sciences tare welcome to submit abstracts (max. 300 words) to present a talk or a poster. The talks will be recorded and extra question rounds will be available next day. Please check here for more details.

The symposium program includes keynote lectures, workshops, presentations by applicants, and a poster session (with a poster prize) as well as an MBB Young Scientist Award (see below). Attendance without presentation is possible. Previously presented posters are also welcomed.

Keynote Speakers:

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Olaf Blanke (Laboratory of Cognitive Neuroscience Brain-Mind Institute Center for Neuroprosthetics EPFL, Geneva/Switzerland)
Beatrice De Gelder (Maastricht University, Maastricht/The Netherlands)
Katerina Fotopoulou (Division of Psychology and Language Sciences, UCL, London/UK)
Rebecca Böhme (Center for Social and Affective Neuroscience, Linköping/Sweden) 
Sahib Khalsa (University of Tulsa; Laureate Institute for Brain Research, Tulsa, OK/USA)